Wednesday, March 2, 2011

A moral e a sociedade - uma perspetiva de Rouseau

Rouseau no “Do contrato social”, descreve o homem natural como um ser que desconhece a vida em comunidade ou agrupamentos. Vive sem o convívio, não tem com quem se comparar, desconhece o luxo que não tem. Assim não há cobiça, inveja, injustiça ou ganância. Assim, homem natural não possui maldade em seus actos.
O homem ao viver na inocência, não é um ser moral. Isto porque a moralidade, enquanto medida do certo e do errado, somente pode existir em atitudes que afetam os outros. A moral, assim como a política, aparece no relacionamento com os outros.
No Emílio, Rousseau aponta a “não separação entre política e moral como caminho para a compreensão de ambas. Quando os seres humanos formam sociedades, dão oportunidade ao surgimento de sentimentos e atitudes que os tornam maus. É a aproximação que corrompe o ser humano: quanto mais se reúnem, mais se corrompem.”
No Ensaio sobre a origem das línguas, Rousseau descreve tais forças:
“As associações de homens são, em grande parte, obra dos acidentes da natureza – os dilúvios particulares, os mares extravasados, as erupções dos vulcões, os grandes terremotos, os incêndios despertados pelo raio e que destroem as florestas, tudo que atemorizou e dispersou os selvagens de uma região, depois reuniu-os para reparar em conjunto as perdas comuns. As tradições das desgraças da terra, tão frequentes nos tempos antigos, mostram de quais instrumentos se serviu a Providência para forçar os seres humanos a se unirem.”
Por - Artur Victoria

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